Extrovertido, introvertido e ambivertido: qual deles você é?

Garanto que você já classificou alguém ou foi classificado como extrovertido e introvertido. Mas você sabia que esses extremos nem sequer existem? Vem comigo entender o porquê!

Você é do time que passa o fim de semana embaixo das cobertas maratonando séries e lendo livros? Ou do time que ama uma festa e um “aglomerozinho”?

Quem sabe até um pouquinho dos dois? Nesse post você vai entender em qual cenário você se encaixa e quais são as implicações de ter um perfil introvertido e extrovertido!

Vou te mostrar o mundo das personalidades introvertida, extrovertida e te mostrar um perfil pouco conhecido: o ambivertido!

Além de te explicar a importância de saber qual perfil predomina em você, também terão umas dicas bem importantes sobre como respeitar a personalidade do outro – mesmo que diferente da sua.

Boa leitura!

O que é introvertido e extrovertido

Os termos extrovertido foram popularizados, no início do século XX, pelo psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung.

No entanto, com o passar dos anos, estes conceitos de personalidade “extrovertida e introvertida” se modificaram. Baseados no senso comum, nós começamos a utilizá-los para categorizar as personalidades das pessoas ao nosso redor: “ou você é introvertido, ou é extrovertido”. 

Na verdade, esses dois tipos de personalidades eram considerados por Jung como o ponto extremo de uma escala de comportamento. Ele defendia que ninguém era apenas extrovertido ou apenas introvertido.

Não existe algo como puramente introvertido ou extrovertido. Tal pessoa estaria em um manicômio.”

Carl Gustav Jung

Por isso, se analisarmos como a maioria das pessoas são, podemos notar que elas não estão em nenhum extremo. A chance é que todos nós estejamos em algum lugar entre os limites da escala, como nesse exemplo:

Escala contínua de personalidade ambivertida – demonstra que as pessoas estão situadas em um ponto entre os limites extremos, em diferentes graus de personalidade.

“Entendi… mas qual a diferença dessas personalidades?” 

A diferença se dá na maneira como nós recarregamos o nosso cérebro.

Introvertidos, por exemplo, sentem-se cansados quando passam muito tempo interagindo socialmente, e necessitam de um tempo sozinhos para se recarregar;

Já o extrovertido se sente cansado ao passar muito tempo isolado de pessoas, e sente-se recarregado após trocas sociais;

O ambivertido, por sua vez, sente-se cansado quando passa muito tempo sozinho ou muito tempo com os outros. Ele fica bem e recarregado quando transita entre períodos curtos de solitude e períodos curtos de socialização.

Extrovertidos

amigos extrovertidos se divertindo

O perfil extrovertido carrega em sua personalidade uma maior necessidade de interação social – estar com pessoas em volta e de compartilhar experiências. Eles são calorosos, espontâneos e que adoram experimentar coisas diferentes, sair da rotina e conhecer novas pessoas.

Extrovertidos se recarregam a partir:

  • Da troca de assuntos e conhecimentos;
  • Das experiências em grupo – esportes, viagens, projetos, festas;  
  • Do contato visual;
  • Dos sorrisos;
  • Até mesmo puxando assunto com um desconhecido em uma fila.

São nessas pequenas – ou grandes – trocas que eles vão juntando pedacinhos de energia. É importante destacar para os extrovertidos que tenham cuidado com os outros à sua volta. Por ser uma vontade espontânea de falar e estar em volta de pessoas, deve-se ter atenção para não invadir o espaço dos introvertidos.

Além disso, ao contrário do que muitos pensam (ou do que o senso comum reforça), o extrovertido não é necessariamente inquieto, impulsivo, expansivo ou superficial.

Assim como o introvertido aprecia momentos de socialização, o extrovertido também necessita de momentos de isolamento. Ele possui a habilidade de aproveitar sua própria companhia, mas não é exatamente dessa maneira que se sente empolgado/energizado.

Para ter relações pessoais saudáveis devemos conhecer e respeitar a nós mesmos  assim como aos outros. Desenvolver empatia e sensibilidade com o próximo ajuda nesse processo.

Por isso, separei algumas dicas para que você possa se relacionar melhor com os extrovertidos à sua volta:

  1. Respeite a independência deles;
  2. Os elogie na companhia de outras pessoas;
  3. Aceite e encoraje o entusiasmo deles;
  4. Os surpreenda gentilmente;
  5. Entenda quando estão ocupados;
  6. Deixe eles se jogarem de cabeça;
  7. Ofereça opções;
  8. Faça gestos físicos e verbais de afeto;
  9. Permita que eles explorem e falem abertamente sobre diversos assuntos;
  10. Deixe eles brilharem – eles gostam disso!

Essas dicas não são regras, mas analisando os perfis de pessoas, são atitudes que quando adotadas irão melhorar suas relações com eles. 

Introvertidos

mulher introvertida feliz comendo pizza e assistindo algo em seu notebook

O perfil introvertido precisa de muito mais tempo sozinho com seus pensamentos do que com as outras pessoas.

Para os introvertidos, fazer coisas em grupos e estar entre as pessoas pode ser exaustivo. O que eles fazem é ir no seu próprio tempo, interagem por um período curto, e posteriormente ficarão um tempo sozinhos para se recarregar – ou com o(a) parceiro(a), amigos próximos e família.

Uma boa analogia é a de que para os introvertidos, ficar sozinho com seus pensamentos é tão restaurador quando dormir, e tão nutritivo quanto comer.

Introvertidos geralmente – mas não sempre – são pessoas que:

  • Pensam antes de falar;
  • Apreciam ter grupos pequenos de amigos e gostam de passar tempo com uma/duas pessoas por vez;
  • Precisam do seu tempo sozinho para se recarregar;
  • Ficam aborrecidos com mudanças de última hora;
  • Não gostam de muitas coisas em grupo (esportes, por exemplo);
  • Saem com pessoas mas precisaram de um tempo sem socializar depois.

Como vimos, o extrovertido carrega um rótulo que pode incomodá-lo. No caso do introvertido, muitas vezes surgem estereótipos pejorativos. 

É comum que os introvertidos sejam erroneamente rotulados de tímidos, antissociais, sérios e algumas vezes até arrogantes.

Na verdade, a introspecção é apenas seu jeito confortável e seguro de lidar com o meio ao seu redor.

Ainda que tenham uma rotina e hobbies mais isolados, eles não necessariamente evitam situações sociais – como no caso da timidez. 

Não é que os introvertidos nunca possam ser tímidos, mas a grande diferença entre os dois é que os introvertidos gostam de passar tempo sozinhos, enquanto os tímidos querem socializar e não sabem como.

Por isso separei dicas para você saber como se relacionar melhor com os introspectivos à sua volta:

  1. Respeite a necessidade de privacidade deles;
  2. Nunca os envergonhe em público;
  3. Deixe eles observarem antes em situações novas;
  4. Dê a eles tempo para pensar. Não exija respostas instantâneas;
  5. Não os interrompa;
  6. Avise-os com antecedência sobre mudanças que impactam a vida deles;
  7. Dê avisos com antecedência para que possam terminar o que estão fazendo;
  8. Se for necessário repreendê-los, faço isso em privado;
  9. Quando ensinar novas habilidades para eles, faça isso em particular e garante um espaço seguro para erros e dúvidas;
  10. Deixe que eles encontrem um melhor amigo com interesses e habilidade em comum;
  11. Não force-os a ter vários amigos.
  12. Respeite a introversão deles, não tente torná-los extrovertidos!

O Poder dos Quietos

Susan Cain é uma escritora e conferencista norte-americana, e em 2012 publicou o livro O Poder dos Quietos. Assim como o nome sugere, ela nos mostra que a introspecção possui o seu próprio poder.

Que tal dar uma espiada neste Ted Talk onde Susan explora o tema de seu livro?! Ela aborda também sobre como é ser introvertido em uma cultura que foi se desenvolvendo para beneficiar os extrovertidos.

Não importa se você é introvertido ou extrovertido, o importante é saber respeitar o outro.

Ambivertidos

mulher feliz extrovertida andando na rua e mulher feliz introvertida sentada lendo um livro.

Entendemos que introvertido e extrovertido são os dois extremos da escala e que todos nós estamos em algum lugar nela. Contudo, quando nosso perfil está posicionado próximo do meio da escala, somos ambivertidos.

O próprio nome já nos dá o conceito: o ambivertido é aquele que possui um equilíbrio entre as personalidades e apresenta características de ambas. 

A personalidade ambivalente gosta de estar em grupos e socializando, mas não por muito tempo, pois pode começar a se sentir drenada. 

O mesmo acontece quando permanece sozinho em excesso. O ambivertido aprecia estar sozinho com seus próprios pensamentos, mas irá se cansar se for por um longo período.

Ambivertidos se recarregam intercalando curtos períodos de tempo a sós e curtos períodos de tempo em trocas com outras pessoas.

É comum que tanto ambivertidos, quanto as pessoas à sua volta, não saibam respeitar as limitações  que essa personalidade requer. Cuide para não se cobrar a fazer o que não quer. 

Por mais extrovertido que você seja, existirão momentos em que a vontade é de ficar sexta à noite em casa com um livro e um chá, e esse momento pode coincidir com a super festa que todos os seus amigos combinaram de ir – e estão insistindo para você ir também.

Por outro lado, podem existir momentos onde você tudo o que você quer é não estar sozinho com os seus pensamentos e você não pode sair (por exemplo o cenário atual de pandemia). 

Uma boa dica para driblar a solidão do isolamento social, é marcar vídeo-chamadas com os seus melhores amigos/família, chamar eles para um jogo online ou até mesmo assistir um filminho em companhia!

O segredo para a qualidade de vida dos ambivertidos é o equilíbrio. Isso inclui respeitar os seus limites e desejos – afinal, você vai experienciar vontades por duas personalidades!

Algumas dicas para que você saiba como se relacionar melhor com os ambivertidos a sua volta:

  1. Respeite a vontade dele ficar sozinho ou de sair;
  2. Entenda que existirão fases mais introvertidas e fases mais extrovertidas;
  3. Não o compare com uma versão anterior dele mesmo (ex.: mas você era tão caseiro antigamente ou você não sai mais tanto comigo…);
  4. Dê espaço para ele tomar as decisões no seu próprio tempo;
  5. Perceba – ou pergunte -, em qual fase ele está e aplique as dicas para cada personalidade introvertida ou extrovertida.

Por que saber qual deles você é?

Provavelmente você deve ter se identificado com um grande número de características da personalidade introvertida e também da extrovertida. 

Entender quem é você nessas três categorias não só te ajudará a entender os seus próprios limites, mas também, a ver o limite do outro. 

Jung relatou que o mais natural ao longo da vida é que uma pessoa introvertida se case com uma extrovertida e vice-versa. Isso acontece, segundo Jung, pela nossa esperança secreta de que o outro irá “suprir” as faltas na nossa própria personalidade.

Tudo vai dar certo desde que as duas pessoas se adaptem às necessidade da vida. No entanto, cada pessoa “fala uma linguagem diferente” e isso irá levar à uma falta de real entendimento e companheirismo verdadeiro.

Portanto, entender a forma como você olha para o mundo te ajuda a filtrar as suas relações mais profundas e te guia para um caminho de total companheirismo, respeito e entendimento nas suas relações.

Isso também se aplica à área profissional, afinal, entender o seu perfil te mostrará quais as melhores oportunidades para você se desenvolver e também porque algumas coisas podem não ter funcionado antes com você.

Nós temos um post só com dicas de autoconhecimento que irão te ajudar nessa jornada, e também, a se posicionar cada vez melhor nas suas relações e planos.

“ Jana, eu tenho autoconhecimento, mas sou muito tímida(o)/introvertida(o) e quero trabalhar esse meu lado, o que eu faço?”.

Então a oratória é o caminho para você! Temos um post com dicas práticas sobre como desenvolver seu carisma e também um e-book de oratória que traz diversas dicas sobre esse universo.

Obrigada pela companhia e até a próxima leitura! 🙂


Janaina Lodi

Curiosa, amante da psicologia, do marketing de conteúdo e sempre buscando formas de ajudar as pessoas. Sendo a Gestora de Conteúdos da Protagonize, tenho a oportunidade de transformar esses conhecimentos e curiosidades em ferramentas de auxílio no desenvolvimento pessoal do outro e também cresço e aprendo junto a cada trabalho.